quarta-feira, 4 de maio de 2011

O QUE É KRIYA YOGA?

Kriya Yoga é um método simples, psicofisiológico, pelo qual o sangue humano se descarboniza e volta a oxigenar-se.
Os átomos deste extra-oxigênio transmutam-se em corrente vital para rejuvenescer o cérebro e os centros da espinha.
Sustando a acumulação de sangue venoso, o iogue pode diminuir ou evitar a degeneração dos tecidos.
O iogue adiantado transmuta suas células em energia.
Elias, Jesus, Kabir e outros profetas foram, no passado, mestres no uso de Kriya ou de uma técnica similar, pela qual eles materializavam ou desmaterializavam seus corpos à vontade.
Kriya é uma ciência antiqüíssima. Láhiri Mahásaya recebeu-a de seu grande guru, Bábají, que redescobriu e purificou esta técnica depois da Idade Média, época em que esteve perdida.
Bábají batizou-a de novo, simplesmente, de Kriya Yoga.
Kriya Yoga é um instrumento que pode acelerar a evolução humana - explica Sri Yuktéswar a seus estudantes. - Os antigos iogues descobriram que o segredo da consciência cósmica se liga intimamente ao domínio da respiração.
Esta é a contribuição sem par, e imortal, da índia, ao tesouro de conhecimento do mundo.
A força vital, que comumente se emprega para manter a pulsação cardíaca, deve tornar-se livre para atividades superiores por meio de um método que acalme e deteriore as demandas incessantes da respiração.
O Kriya Yogi dirige mentalmente sua energia vital para cima e para baixo, a fim de fazê-la girar em torno dos seis centros espinhais (plexos medular, cervical, dorsal, lombar, sacro e coccígeo), correspondentes aos doze signos astrais do Zodíaco, o Homem Cósmico simbólico.
Meio minuto de revolução da energia ao redor do sensitivo cordão da espinha, efetua progressos sutis na evolução do homem; esse meio minuto de Kriya equivale a um ano de desenvolvimento comum.
Kriya Yoga nada tem de comum com exercícios respiratórios anti-científicos ensinados por certos fanáticos extraviados. Tentativas de reter a respiração nos pulmões, até o exagero, são artificiais e decididamente desagradáveis.
A prática de Kriya, ao contrário, é acompanhada, desde o início, por sentimentos de paz e sensações suavizantes, de efeito regenerador na espinha.
Esta antiga técnica iogue converte a respiração em substância mental. O adiantamento espiritual permite ao devoto conhecer a respiração como um conceito, um ato da mente: ela é, pois, uma respiração de sonho.
Com alimentação apropriada, luz solar e pensamento harmoniosos, homens que se deixam guiar apenas pela Natureza e seu divino plano, alcançarão a experiência de Deus em um milhão de anos.
Necessita-se de doze anos de vida normal saudável para que se efetue o mais leve refinamento na estrutura do cérebro; um milhão de anos solares são precisos até purificar o alojamento cerebral o suficiente para que manifeste a consciência cósmica.
Um Kriya Yogi, entretanto, pelo exercício desta ciência espiritual, livra-se da necessidade de um longo período de cuidadosa observância das leis naturais.
Kriya Yoga é o verdadeiro “rito do fogo”, muitas vezes enaltecido no Gíta. O iogue arroja seus anseios humanos numa fogueira monoteísta consagrada ao Deus incomparável.
Nesta autêntica cerimônia do fogo, todos os desejos passados e presentes são o combustível consumido pelo amor divino.
A Flama Última recebe em holocausto a derradeira loucura humana e o homem se vê livre de escórias.
Seus ossos metafóricos despojados de toda carne sensual, seu esqueleto cármico branqueado pelos sóis anti-sépticos da sabedoria, sem ofensas ao homem e ao Criador, ele se encontra - finalmente - limpo.
Paramahansa Yogananda
Autobiografia de Um Iogue, capítulo 26

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