Adaptação de: O Mito da Caverna de Platão
por Francisco Gelli Filho, quinta, 21 de abril de 2011 às 16:32
Imaginemos uma caverna provida de uma vasta entrada que se abre para a luz em toda a sua largura. Imaginemos que esta caverna seja habitada, e seus habitantes sejam homens que lá dentro se acham desde meninos, amarrados pelas pernas e pelo pescoço de tal maneira que não possam mudar de posição e tenham de olhar apenas para o fundo da caverna, onde há uma parede. Imaginemos ainda que, bem em frente da entrada da caverna, exista um pequeno muro da altura de um homem e que, por trás desse muro, se movam homens carregando sobre os ombros estátuas trabalhadas em pedra, madeira e outros materiais variados, cuja altura ultrapassa a do muro e que representem os mais diversos tipos de objetos.
Imaginemos também que, por lá, no alto, brilhe o Sol. Finalmente, imaginemos que a caverna produza ecos e que alguns homens que passam por trás do muro estejam falando de modo que suas vozes ecoem no fundo da caverna. Neste caso, certamente os habitantes da caverna nada poderiam ver além das sombras das pequenas estátuas projetadas no fundo da caverna e ouviriam apenas o eco das vozes. Entretanto, por nunca terem visto outra coisa, eles acreditariam que aquelas sombras, que eram cópias imperfeitas de objetos reais, eram a única e verdadeira realidade e que o eco das vozes seria o som real das vozes emitidas pelas sombras.
Suponhamos, agora, que um daqueles habitantes se liberte das correntes que o prendem. Com muito esforço, dificuldade e sentindo-se freqüentemente atordoado, ele se voltaria para a luz e começaria a subir até a entrada da caverna. Com dificuldade, com os olhos ofuscados pela luz e sentindo-se perdido, ele começaria a se acostumar à nova visão com a qual se deparava. Acostumando os olhos e os ouvidos, ele veria as estatuetas moverem-se por sobre o muro e, após formular várias hipóteses, por fim compreenderia que elas possuem mais detalhes e são muito mais belas que as sombras que antes via na caverna, e que agora lhes parece algo irreal ou limitado. Suponhamos que alguém o traga para o outro lado do muro. Primeiramente ele ficaria ofuscado e amedrontado pelo excesso de luz; depois, acostumando-se, veria as várias coisas em si mesmas; e, por último, veria a própria luz do Sol refletida em todas as coisas. Compreenderia, então, que estas e somente estas coisas seriam a realidade e que o Sol seria a causa de todas as coisas. Mas ele se entristeceria se seus companheiros da caverna ficassem ainda em sua obscura ignorância acerca das verdadeiras causas das coisas. Assim, ele, por amor, retornaria à caverna a fim de libertar seus companheiros da ignorância e das correntes que os prendem ainda. Ao retornar seus olhos se encheriam de trevas como os de quem deixa subitamente a luz do Sol e por não se ter acomodado a vista, enxergaria com dificuldade. Seus companheiros o receberiam como um louco que não se adapta à realidade que eles pensam ser a verdadeira (a realidade das sombras) e então diriam que ele voltara lá de cima sem enxergar quase nada e que não valia a pena pensar sequer em fazer semelhante escalada.

Imaginemos também que, por lá, no alto, brilhe o Sol. Finalmente, imaginemos que a caverna produza ecos e que alguns homens que passam por trás do muro estejam falando de modo que suas vozes ecoem no fundo da caverna. Neste caso, certamente os habitantes da caverna nada poderiam ver além das sombras das pequenas estátuas projetadas no fundo da caverna e ouviriam apenas o eco das vozes. Entretanto, por nunca terem visto outra coisa, eles acreditariam que aquelas sombras, que eram cópias imperfeitas de objetos reais, eram a única e verdadeira realidade e que o eco das vozes seria o som real das vozes emitidas pelas sombras.
Suponhamos, agora, que um daqueles habitantes se liberte das correntes que o prendem. Com muito esforço, dificuldade e sentindo-se freqüentemente atordoado, ele se voltaria para a luz e começaria a subir até a entrada da caverna. Com dificuldade, com os olhos ofuscados pela luz e sentindo-se perdido, ele começaria a se acostumar à nova visão com a qual se deparava. Acostumando os olhos e os ouvidos, ele veria as estatuetas moverem-se por sobre o muro e, após formular várias hipóteses, por fim compreenderia que elas possuem mais detalhes e são muito mais belas que as sombras que antes via na caverna, e que agora lhes parece algo irreal ou limitado. Suponhamos que alguém o traga para o outro lado do muro. Primeiramente ele ficaria ofuscado e amedrontado pelo excesso de luz; depois, acostumando-se, veria as várias coisas em si mesmas; e, por último, veria a própria luz do Sol refletida em todas as coisas. Compreenderia, então, que estas e somente estas coisas seriam a realidade e que o Sol seria a causa de todas as coisas. Mas ele se entristeceria se seus companheiros da caverna ficassem ainda em sua obscura ignorância acerca das verdadeiras causas das coisas. Assim, ele, por amor, retornaria à caverna a fim de libertar seus companheiros da ignorância e das correntes que os prendem ainda. Ao retornar seus olhos se encheriam de trevas como os de quem deixa subitamente a luz do Sol e por não se ter acomodado a vista, enxergaria com dificuldade. Seus companheiros o receberiam como um louco que não se adapta à realidade que eles pensam ser a verdadeira (a realidade das sombras) e então diriam que ele voltara lá de cima sem enxergar quase nada e que não valia a pena pensar sequer em fazer semelhante escalada.

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